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GENEBRA, 6 de março de 2024- Na véspera do Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, a ONUSIDA apela à proteção dos direitos das mulheres para proteger a sua saúde.

O mundo está muito longe de atingir as metas de género, igualdade e VIH que fazem parte dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao ritmo atual de progresso, estima-se que serão necessários 300 anos para acabar com o casamento infantil, 140 anos para que as mulheres estejam representadas de forma igual em posições de poder e liderança no local de trabalho e 47 anos para alcançar uma representação igual nos parlamentos nacionais.

Além disso, em todo o mundo, pelo menos cinco mulheres ou raparigas são mortas a cada hora por alguém da sua própria família. Uma em cada três mulheres em todo o mundo é vítima de violência sexual ou baseada no género.

As mulheres que são vítimas de violência correm maior risco de contrair o VIH. Este risco é ainda maior para os 600 milhões de mulheres e raparigas que vivem nos países afectados por conflitos, enfrentando um perigo acrescido de violência sexual. E na maioria dos países mais pobres do mundo, a crise da dívida está a reduzir o investimento na educação, na saúde e na proteção social, prejudicando particularmente as mulheres e as raparigas.

As mulheres são ainda mais ameaçadas pela resistência organizada contra os direitos das mulheres. "Atualmente, os direitos das mulheres, duramente conquistados, estão a ser alvo de um ataque impiedoso e coordenado a nível mundial. As que enfrentam o ataque mais cruel são já as mulheres mais marginalizadas", afirmou Winnie Byanyima, Directora Executiva da ONUSIDA. "As injustiças que as mulheres enfrentam não são catástrofes naturais para as quais se devem preparar, como furacões ou tempestades. São provocadas pelo homem e, como tal, podemos desfazê-las"

A boa notícia é que, em todo o mundo, as mulheres e as raparigas estão a liderar as lutas pela igualdade e pelos direitos. As mulheres estão a erguer-se contra a opressão nas suas casas, locais de trabalho e comunidades. Os movimentos de mulheres estão a prestar apoio direto a mulheres e raparigas que enfrentam violência, e a marchar e a fazer greve pela igualdade. Para proteger os direitos das mulheres, é fundamental apoiar e disponibilizar recursos a estas organizações comunitárias, grupos da sociedade civil e organizações de mulheres - os defensores desses direitos na linha da frente.

Tal como a justiça, a saúde nunca é dada, é conquistada.

O apelo da ONUSIDA neste Dia Internacional da Mulher é proteger a saúde das mulheres e das raparigas, proteger os direitos das mulheres e das raparigas. Ao fazê-lo, o mundo acabará com a SIDA e ultrapassará as desigualdades que o conduzem

Autor(es)
ONUSIDA
Palavras-chave
mulheres, raparigas, raparigas adolescentes e mulheres jovens, AGYW, direitos humanos, violência baseada no género, igualdade de género